terça-feira, 6 de março de 2012

Achei perfeito ... resolvi postar !!

''Dizem que o amor acaba, que o amor termina, mas não é verdade. Nada acaba, tudo dura, continua, e se transforma. Enquanto eu aguardava pela cirurgia, mil anos se passaram, as duas estavam lá dentro e eu pensava que se acontecer alguma coisa com elas eu morro. Dizem que passa um filme da nossa vida na nossa cabeça e por isso eu vi, vi vocês duas, meninas, chegando na nossa casa. Vi nós 3 juntos, ainda pequenos, com tantos e tantos momentos. Vi você erguendo taças, troféus. Tua imagem na revista inacessível, distante da criança que eu era, e que você era também. Depois a nossa fuga de casa e o nosso medo, e a nossa coragem e o salto sem rede que tantas vezes se chama amor. Vi você indo embora, sendo levada de diferentes formas, tantas e tantas vezes. E depois vi você voltando, e no fundo dos seus olhos, como num rio, tudo o que a gente não tinha vivido. A partir daí eu me vi dividido entre dois amores, entre duas vidas, uma que eu tava vivendo e outra que eu jamais tinha podido viver. Durante os meus piores momentos enquanto eu aguardava naquela sala, como se a doença da nossa filha tivesse me curado e eu entendi, que não tinha mais divisão nenhuma. O que tinha sido vivido, o que tinha ficado pra trás, tudo, era parte de uma mesma história, de uma mesma vida e de um mesmo sentimento, amor. E foi então que eu vi, nós dois juntos cruzando a fronteira (...) ( Rodrigo )



( Ana ) (...) Como se eu tivesse alcançado a outra margem de um rio, o rio onde a gente se amou pela primeira vez, o rio do meu acidente, mas sempre um rio. E porque naquele momento eu precisava ser forte, finalmente, sem escapes, eu consegui atravessar aquele rio eterno, como se num instante eu tivesse vivido todos os anos que ainda estavam parados em mim, me esperando. Do outro lado da fronteira, que sem preceber, nós já tinhamos cruzado, uma infância compartilhada, uma adolescencia truncada, uma juventude não vivida. Do lado de cá, dois adultos maduros, finalmente libertos daquele fardo pesado, feito de lembranças, de sonhos antgos, porque há novos sonhos do lado de cá da fronteira e agora podemos viver. 
 

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